16 de dezembro 2025
O Sul de Minas contabilizou 18.276 registros de violência contra mulheres entre janeiro e outubro de 2025, considerando os 164 municípios da região. Os dados indicam um crescimento de 1,5% em relação ao mesmo período de 2024 e de 5,2% na comparação com 2023, reforçando a persistência do problema e a necessidade de ações contínuas de prevenção e acolhimento.
Fonte: g1 Sul de Minas.
Entre as maiores cidades, Poços de Caldas já superou, em dez meses, o total registrado em todo o ano passado. Foram 1.319 ocorrências de violência doméstica e familiar, contra 1.288 em 2024 — média de cerca de quatro registros por dia. Os tipos mais frequentes envolvem agressões físicas, ameaças e descumprimento de medidas protetivas.
Varginha apresentou o maior crescimento percentual da região. De janeiro a outubro, o município somou 1.142 casos, aumento de 17,5% em comparação com o ano anterior. As ocorrências mais comuns foram de violência psicológica, seguidas por ameaça, lesão corporal e agressão física.
Já Pouso Alegre e Passos registraram redução no número de casos no período analisado. Em Pouso Alegre, foram 1.123 registros, 25 a menos que em 2024, com predominância de lesão corporal, ameaça, violência psicológica e perseguição. Em Passos, houve 900 ocorrências, 16 a menos que no ano anterior, com perfil semelhante de crimes.
Especialistas avaliam que a ampliação da rede de acolhimento e o fortalecimento das estruturas de atendimento têm contribuído para o aumento das denúncias em parte da região. A socióloga e advogada Maria Cláudia da Arcadia destaca que as mulheres estão mais informadas e encontram hoje mais canais de apoio, como delegacias especializadas e serviços públicos preparados para o atendimento.
A delegada da Delegacia da Mulher de Passos, Mariana Floravante, reforça a importância da denúncia precoce. Segundo ela, qualquer ameaça ou agressão indica situação de risco e exige busca imediata por ajuda, para evitar a escalada da violência.
Para os especialistas, além do registro dos casos, é fundamental avançar em políticas de prevenção. A avaliação é que o enfrentamento efetivo passa por ações integradas, envolvendo educação, saúde, assistência social e participação ativa dos homens no combate à violência, com foco na quebra do ciclo que atinge milhares de mulheres na região.