Senadores propõem CPI contra exploração infantil nas redes após denúncia do youtuber Felca

12 de agosto 2025

Pedido de investigação tem mais de 60 assinaturas e projeto de lei busca endurecer punições

Após a denúncia do youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, que viralizou ao expor casos de sexualização e “adultização” de crianças e adolescentes nas redes sociais, o Senado Federal reagiu com a proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar influenciadores e plataformas digitais envolvidos na prática.

CPI contra influenciadores e plataformas
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e o senador Jaime Bagattoli (PL-RO) foram os autores do pedido que já conta com mais de 60 assinaturas. A iniciativa visa apurar o papel de influenciadores e das plataformas digitais na disseminação de conteúdos impróprios para menores.

Jaime Bagattoli antecipou que Hytalo Santos, um dos influenciadores denunciados por Felca, deverá ser convocado à CPI. Segundo o senador, muitas famílias em situação vulnerável acabam emancipando crianças para permitir sua participação em conteúdos digitais com a promessa de ganhos financeiros.

“E nós sabemos também que essa situação, que talvez muitas famílias, elas até emancipam essas crianças por uma questão de ter, às vezes, algum recurso financeiro. São pessoas humildes, pessoas mais carentes, e essas pessoas acabam sendo influenciadas por esses influenciadores. Entendeu? Nós precisamos combater. Isso é crime, isso é imoral e isso está prejudicando muito a nossa situação, o nosso povo brasileiro, as nossas crianças e os nossos adolescentes.” — senador Jaime Bagattoli

Punições mais rigorosas
O senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu penas severas para quem explora menores nas redes sociais:

“É inadmissível que estejam usando imagem de crianças e adolescente de forma covarde, eu diria de forma criminosa e ainda quer ganhar dinheiro. Tenha que ser preso, tem que pra cadeia quem explora criança e adolescente.”

Além da CPI, o Republicanos deve apresentar o projeto “Lei Felca”, que visa endurecer as penas para a exposição sexual de menores na internet e obrigar as plataformas digitais a removerem rapidamente conteúdos ofensivos.