15 de outubro 2025
Um relatório técnico elaborado pelo controlador municipal de Extrema e ex-prefeito, João Batista, apresentou dados detalhados sobre a execução orçamentária e financeira da Prefeitura entre janeiro e agosto de 2025. O documento foi solicitado pelo vereador Marcinho do Gás, que trouxe o tema à discussão durante a reunião da Câmara Municipal de Extrema realizada na segunda-feira (13).
Segundo o levantamento, o número de servidores ativos no município caiu de 3.742 em 2024 para 3.594 em 2025 — uma redução de 148 funcionários, equivalente a aproximadamente 3,95% do total. Apesar da diminuição no quadro funcional, o gasto com a folha de pagamento aumentou de R$ 167,1 milhões para R$ 178,3 milhões, o que representa um acréscimo de cerca de R$ 11,2 milhões, ou 6,7% no total. Com isso, o custo médio por servidor teve alta de aproximadamente 11%.
O relatório aponta que o aumento dos gastos está relacionado a reajustes salariais, mudanças no perfil de contratações e maior proporção de cargos comissionados. O controlador municipal alerta para a necessidade de atenção quanto à eficiência dos gastos públicos, já que a elevação da folha sem ganhos proporcionais de produtividade pode comprometer a capacidade de investimento e a qualidade dos serviços municipais.
Outro dado relevante é a redução expressiva nos investimentos municipais. Nos primeiros oito meses de 2025, os aportes em obras e projetos foram mais de 50% menores que no mesmo período do ano anterior. Em 2024, o investimento médio era de cerca de R$ 64 milhões, valor que caiu pela metade neste ano. O relatório indica que há possibilidade de recuperação até o final do exercício, caso haja aceleração da execução orçamentária.
Na área da educação, o documento alerta que o município precisa aplicar entre R$ 45 e R$ 50 milhões até dezembro para atingir o mínimo constitucional de 25% de investimento e cumprir as exigências do Fundeb. O não cumprimento pode gerar desequilíbrio financeiro e inviabilizar o fechamento regular das contas públicas.
Em entrevista à Rádio Portal FM, o controlador João Batista explicou que, embora o custo da folha tenha aumentado, a arrecadação municipal também cresceu — cerca de R$ 19 milhões a mais por mês em relação a 2024. Segundo ele, esse cenário demanda gestão responsável e contínuo acompanhamento do controle interno para garantir o equilíbrio fiscal e o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).