Produtor musical conta sua trajetória e destaca o potencial artístico de Extrema

24 de julho 2025

Na tarde de ontem, o programa Divina Prosa, recebeu o músico e produtor musical João Paulo Lima, mais conhecido como JP. Com seu carisma e experiência, JP protagonizou uma entrevista leve, inspiradora e cheia de ensinamentos sobre a música, o audiovisual e o desafio de viver de arte no Brasil.

Logo na chegada, JP brincou sobre ser frequentemente citado por outros artistas que passaram pelo programa. “Todo mundo fala meu nome e eu aqui, esperando o convite”, disse ele, entre risos. Em uma conversa que percorreu sua infância, sua descoberta musical e os bastidores da produção artística, JP mostrou por que é considerado referência na cena cultural extremense.

Ele revelou que sua ligação com a música vem desde a infância. Fã de rádio e de sons caseiros, começou batucando panelas e tocando um violão simples que ganhou dos pais. Foi na adolescência, incentivado por colegas de escola e pela Orquestra Mineira Extremamente Caipira, que se viu mergulhado no universo musical. “Ali eu entendi que era aquilo que eu queria pra minha vida”.

A trajetória profissional ganhou forma com apresentações ao lado de nomes da música regional, como Marques Viola e Leonardo Araújo. Com o tempo, JP passou de músico a produtor, assumindo a liderança criativa de muitos projetos. “Eu gostava de decidir repertório, chamar músicos, ensaiar… Mesmo sem saber, eu já fazia direção musical”, contou.

Durante a pandemia, JP abraçou outra paixão: a produção de vídeos. A oportunidade surgiu quando passou a trabalhar com o cine teatro da cidade, a convite de Pablo Farina, e diante do cenário de isolamento, encontrou na câmera um novo instrumento de criação. “Comecei gravando vídeos de celular, editando e postando no YouTube. Fui aprendendo, tomando gosto, e hoje é parte essencial do meu trabalho.”

Essa expertise levou à criação da Plano B, produtora que comanda ao lado da sócia Emily. A empresa atua não só na música, mas também em projetos para empresas e diferentes segmentos — de odontologia a bebidas. “Hoje eu produzo conteúdo do digital ao físico. Faço de tudo um pouco, com a mesma dedicação.”

JP explicou que sua atuação como produtor musical vai além da música em si. Ele cuida de todo o processo criativo: da gravação à capa, da estratégia de divulgação ao lançamento. Trabalha de forma integrada com outros profissionais e destaca a importância de o artista estar presente em todos os canais. “Tem que estar no TikTok, Instagram, rádio, Spotify… A linguagem muda, mas a presença precisa ser ampla.”

Mas nem tudo são flores. JP fez questão de destacar um dos principais entraves da carreira artística: o custo e a burocracia dos direitos autorais. “O valor para liberar músicas é altíssimo. Isso trava muitos artistas, principalmente os iniciantes. A gente paga estúdio, clipe… mas chega na liberação e barra.”

Ao falar sobre o cenário musical local, JP não escondeu o orgulho. “A galera aqui tá fazendo clipe, gravando disco, investindo. Temos músicos incríveis. Eu sou muito orgulhoso de ser músico de Extrema.” Ele também ressaltou a importância das leis de incentivo e do apoio institucional para fomentar a cultura local.

No encerramento da entrevista, JP deixou uma mensagem poderosa: “Acredita que é possível. Tem dificuldade? Tem. Mas se você persistir e tiver vontade, dá certo. Eu tô aqui como prova disso.”

Com uma rotina intensa — ele citou ter rodado sete cidades em quatro dias e realizado 70 casamentos em um ano — JP é daqueles profissionais que carregam a música como missão. E ontem, no Divina Prosa, ele mostrou que sua trajetória é, acima de tudo, uma história de paixão, trabalho e fé no talento regional.