3 de novembro 2025
O cantor, compositor e instrumentista Lô Borges faleceu na noite de ontem (2), aos 73 anos, em Belo Horizonte. O artista mineiro estava internado desde o dia 17 de outubro, após um quadro de intoxicação medicamentosa.
Nascido em 10 de janeiro de 1952, Salomão Borges Filho, conhecido artisticamente como Lô Borges, foi um dos pilares do movimento Clube da Esquina, ao lado de Milton Nascimento e Beto Guedes. O grupo marcou profundamente a música brasileira ao unir influências da MPB, rock, jazz, folk e sons regionais mineiros, criando uma sonoridade única e poética.
Aos 20 anos, Lô assinou com Milton o icônico álbum duplo “Clube da Esquina” (1972), considerado um dos maiores discos da história da música nacional, com clássicos como “O Trem Azul”, “Paisagem na Janela” e “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”. No mesmo ano, lançou seu primeiro trabalho solo, o “Disco do Tênis”, que se tornaria um marco do rock experimental brasileiro.
Ao longo da carreira, Lô Borges compôs mais de 230 obras registradas e teve 444 gravações catalogadas no Ecad. Suas músicas foram gravadas por grandes nomes como Elis Regina, Tom Jobim, Nando Reis, Skank e 14 Bis. Entre suas canções mais tocadas estão “Dois Rios”, “Clube da Esquina nº 2”, “Feira Moderna” e “Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor”.
Em 2023, o artista foi indicado ao Grammy Latino pelo álbum “Não Me Espere na Estação”, parceria com o letrista César Maurício. Seu último trabalho, “Céu de Giz”, foi lançado em agosto de 2025, em colaboração com Zeca Baleiro.
Com cerca de 500 mil ouvintes mensais no Spotify, Lô Borges deixa um legado imensurável para a música brasileira, além de um filho, Luca Borges, e cinco irmãos. Sua obra continuará viva por gerações, celebrando a poesia, a liberdade e a alma mineira que marcaram o Clube da Esquina.