Morre Jards Macalé aos 82 anos; artistas destacam legado e influência na música brasileira

18 de novembro 2025

O cantor, compositor e instrumentista Jards Macalé morreu nesta segunda-feira (17), no Rio de Janeiro, aos 82 anos, após sofrer uma parada cardíaca. Considerado uma das figuras mais marcantes e inquietas da música brasileira, o artista recebeu inúmeras homenagens de colegas que conviveram com ele ao longo de mais de cinco décadas de carreira.

Entre as manifestações, Caetano Veloso foi um dos primeiros a lembrar a importância de Macalé em sua trajetória. Em uma publicação nas redes sociais, Caetano recordou o início da amizade entre os dois e destacou que, sem a parceria de Macalé, o álbum Transa, um dos marcos de sua discografia, não teria existido. O compositor relembrou encontros no Rio de Janeiro e o período que dividiram em Londres, ressaltando a sensibilidade e a contribuição artística do amigo.

Maria Bethânia também prestou homenagem, compartilhando fotos ao lado de Macalé e destacando o carinho e a falta que ele fará. Gilberto Gil, por sua vez, publicou um vídeo relembrando uma apresentação da dupla na Inglaterra, marcada por improvisos e pela personalidade musical ousada de Macalé, episódio que, segundo ele, sintetiza a liberdade criativa do artista.

A atriz e cantora Zezé Motta se emocionou ao comentar a perda, descrevendo Macalé como um criador singular, de personalidade intensa e generosa, cuja obra marcou diferentes gerações. Alaíde Costa lamentou a morte e reforçou a relevância do legado deixado pelo músico, enquanto artistas como Chico César, Djavan e Tim Bernardes também se manifestaram, destacando a originalidade e a influência de Macalé na música brasileira.

Com uma carreira marcada pela experimentação e pela recusa a rótulos, Jards Macalé deixa uma obra que atravessou gêneros, movimentos e décadas, permanecendo como referência para artistas e admiradores. Sua produção, marcada pela ousadia e pela autenticidade, segue eternizada na história da MPB.