Megaoperação no Rio deixa 121 mortos e governo cria força integrada contra o crime organizado

30 de outubro 2025

Complexos do Alemão e da Penha registram maior número de mortes em ação policial na história do país

A megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, resultou na morte de 121 pessoas, o maior número registrado em uma ação desse tipo no Brasil. A operação, que teve como objetivo desarticular núcleos do Comando Vermelho, superou o massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 presos morreram em São Paulo.

O governador do Rio, Cláudio Castro, classificou a ação como “um duro golpe na criminalidade” e disse que a operação foi planejada para ocorrer longe de áreas habitadas, afirmando que a grande maioria dos mortos estava ligada ao tráfico de drogas.

Após a repercussão da megaoperação, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o governador anunciaram a criação de um Escritório Emergencial de Segurança Pública, uma força integrada entre governo federal e estadual para agilizar ações contra o crime organizado. O grupo será coordenado pelo secretário estadual Victor Santos e pelo secretário nacional Mário Sarrubbo.

Um inquérito da Polícia Civil investiga a remoção dos corpos e possíveis fraudes processuais, após denúncias de que moradores teriam retirado roupas camufladas das vítimas antes da chegada das autoridades. O secretário de Segurança Pública do Rio, Felipe Curi, afirmou que todos os responsáveis serão responsabilizados.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, solicitou explicações sobre a operação ao governador Cláudio Castro, enviando uma lista com 18 perguntas sobre número de mortos e feridos, uso de câmeras corporais pelos agentes e medidas de assistência às vítimas e famílias.

Além disso, dez integrantes da cúpula do Comando Vermelho foram transferidos de Bangu 3 para Bangu 1, penitenciária de segurança máxima, e o governo estadual solicitou que eles sejam enviados para presídios federais, com o objetivo de enfraquecer a estrutura da facção dentro do sistema prisional.