
22 de janeiro 2025
Aumento de 66% nas denúncias em 2024 evidencia a necessidade de mais ações contra o preconceito religioso.
Em um país laico e plural como o Brasil, a liberdade religiosa é um direito fundamental garantido pela Constituição. No entanto, os dados divulgados pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania revelam um cenário alarmante: as denúncias de intolerância religiosa aumentaram significativamente em 2024, com um crescimento de mais de 66% em relação ao ano anterior.
O Disque 100, canal de denúncias do governo, registrou mais de 2.400 casos de intolerância religiosa em 2024, sendo as religiões de matriz africana, evangélica, católica e espírita as mais atingidas. A pesquisa também aponta que São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul são os estados com maior número de denúncias.
A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, reforçou a importância do Estado laico e a necessidade de respeitar a pluralidade religiosa. “O Brasil é um país de diversas crenças e o Estado tem o dever de garantir que todos possam exercer sua fé livremente”, afirmou a ministra.
Celebrado em 21 de janeiro, em homenagem à Mãe Gilda, vítima de intolerância religiosa em 1999, o dia serve como um alerta para a sociedade sobre a importância de combater o preconceito religioso. Líderes religiosos de diversas denominações ressaltam a necessidade do diálogo e do respeito mútuo para construir uma sociedade mais justa e igualitária.
A intolerância religiosa não se limita a ofensas verbais ou a atos de vandalismo. Ela pode gerar traumas psicológicos, exclusão social e até mesmo violência física. As vítimas de intolerância religiosa frequentemente relatam medo, angústia e dificuldade em exercer sua fé livremente.
Para combater a intolerância religiosa, é necessário a promoção do diálogo e o respeito à diversidade religiosa na comunidade, além de fazer a denúncia através do dique 100, que está disponível 24 horas por dia para receber denúncias de violações de direitos humanos, incluindo casos de intolerância religiosa.
Imagem: Senado Federal