Alfredo Olivotti vota adesão a modelo cívico-militar, enquanto Odete Valadares tem assembleia suspen

14 de julho 2025

Secretaria de Educação de Minas Gerais comunica suspensão das consultas públicas nas escolas estaduais; em Extrema, assembleias já estavam em andamento

Consulta pública nas escolas foi interrompida por orientação da Secretaria de Estado

O Governo de Minas Gerais suspendeu, neste domingo (13), o processo de consulta às comunidades escolares da rede estadual sobre a adesão ao Programa das Escolas Cívico-Militares. A decisão foi comunicada por meio de ofício da Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), que orienta que novas diretrizes serão divulgadas em breve.

A medida interrompe as assembleias que estavam previstas até o dia 18 de julho, nas quais diretores, professores, pais e alunos manifestariam interesse na adesão ao modelo. A SEE/MG afirmou que o programa visa promover “um ambiente escolar mais seguro, organizado e acolhedor, integrando valores cívicos e disciplinares ao projeto pedagógico das escolas”.

Extrema já havia iniciado o processo

Em Extrema (MG), a Escola Estadual Alfredo Olivotti realizou sua assembleia na última quinta-feira (10), com votação registrada. Já a Escola Estadual Odete Valadares tinha assembleia marcada para a tarde desta segunda-feira (14), mas também foi impactada pela suspensão. A direção da unidade confirmou o cancelamento:

“Saiu um documento que cancelou a Assembleia de consulta à comunidade sobre as escolas cívico-militares. Recebemos o e-mail com o comunicado também. Sendo assim, está cancelada a Assembleia de hoje.”

Sindicato critica proposta de militarização nas escolas

O modelo proposto, que envolve a gestão compartilhada entre educadores e militares, recebeu críticas por parte da categoria de educadores. Em nota, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) manifestou-se contrário à proposta:

“Essa iniciativa tenta substituir projetos pedagógicos e a autonomia das comunidades escolares por uma lógica hierárquica e autoritária, baseada numa presença ostensiva de militares que pouco dialoga com as reais necessidades de alunos, famílias e profissionais de educação”, declarou a entidade.

Funcionamento do modelo cívico-militar

As escolas cívico-militares são instituições públicas voltadas para os anos finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, com gestão dividida entre educadores e militares — geralmente da Polícia Militar ou das Forças Armadas. O currículo continua sob responsabilidade da secretaria de educação, enquanto os militares colaboram com a gestão disciplinar e organizacional.

A admissão dos alunos ocorre por matrícula ou transferência, podendo envolver prova conforme disponibilidade de vagas. A SEE/MG informou que orientações mais detalhadas serão apresentadas pelo governador Romeu Zema e pelo secretário Igor Alvarenga em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (14).

A equipe da Rádio Portal FM segue acompanhando o desenrolar do processo e aguarda as atualizações oficiais por parte da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, bem como os desdobramentos das assembleias nas escolas da região. Novas informações serão divulgadas assim que disponibilizadas pelas autoridades competentes.