5 de novembro 2025
Moradores do bairro rural Paiol Grande de Baixo, em Camanducaia (MG), estão enfrentando dias de grande dificuldade após a construção de um muro que bloqueou a única estrada de acesso à área urbana do município. Desde a semana passada, famílias relatam estar ilhadas e com problemas para levar mantimentos para casa, circular com veículos e até enviar as crianças à escola.
A imagem que circula nas redes e chama a atenção mostra um muro de concreto atravessando a estrada principal. Segundo os moradores, a estrutura foi erguida por uma vizinha, sem qualquer aviso prévio à comunidade ou autorização para a obra. A situação tem afetado diretamente o cotidiano das famílias. Sem a estrada, os moradores precisam agora atravessar chácaras vizinhas, caminhando pelo mato e passando por cercas, para conseguir sair do bairro.
O caso tem origem em um conflito que começou em 2018. O bairro é formado por um loteamento de chácaras, e a moradora que ergueu o muro é dona de dois terrenos separados pela estrada — agora bloqueada. Após discussões com vizinhos, a disputa foi parar na Justiça, que à época determinou que a via deveria permanecer aberta, proibindo qualquer bloqueio.
No entanto, recentemente, a proprietária obteve uma nova decisão judicial que autorizou o fechamento do local. Segundo o pedreiro, a mulher argumenta que a autorização seria apenas para murar a própria propriedade, não a estrada. Os moradores contestam a justificativa e afirmam que a informação apresentada na placa colocada pela moradora não condiz com o teor da decisão judicial.
Diante da situação, os moradores registraram boletim de ocorrência e acionaram um advogado. Contudo, a Justiça determinou que o caso fosse analisado dentro do processo original de 2018. A defesa da comunidade entrou com recurso. Ao todo, 15 famílias foram diretamente afetadas. Há idosos, crianças e até animais sem acesso a cuidados e alimentação.
O Ministério Público de Minas Gerais informou que solicitou ao prefeito de Camanducaia o envio de equipes ao local para verificar a situação. A Prefeitura de Camanducaia também foi procurada, mas ainda não respondeu. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que o processo segue em tramitação e que não há previsão para o julgamento. A proprietária e o advogado dela também foram contatados, mas não retornaram até a última atualização.
Fonte: g1 Sul de Minas / EPTV