16 de outubro 2025
Pesquisadores brasileiros confirmaram o potencial de um exame de sangue inovador capaz de identificar a doença de Alzheimer de forma rápida, segura e menos invasiva. O estudo aponta a proteína P-tau217 como o principal biomarcador que diferencia pessoas saudáveis de pacientes com Alzheimer, abrindo caminho para diagnósticos mais acessíveis e precoces.
A pesquisa, publicada na revista Molecular Psychiatry, foi liderada por Eduardo Zimmer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com apoio do Instituto Serrapilheira e a participação de 22 cientistas de instituições como o Instituto D’Or e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Com mais de 90% de precisão, o novo método apresentou resultados comparáveis ao atual “padrão ouro” de diagnóstico — o exame de líquor, feito por punção lombar. A expectativa é que, após novas etapas de validação, o exame possa ser incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) nos próximos dois anos, beneficiando milhões de brasileiros.
Atualmente, cerca de 1,8 milhão de pessoas vivem com algum tipo de demência no país, e 60% dos casos estão ligados ao Alzheimer. Segundo o Relatório Nacional sobre Demência, esse número pode triplicar até 2050, o que reforça a importância de políticas públicas voltadas ao envelhecimento saudável e ao diagnóstico precoce.
Os resultados também foram destacados em uma revisão internacional publicada no The Lancet Neurology, consolidando o trabalho dos cientistas brasileiros como um avanço promissor no combate à doença.