6 de outubro 2025
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Universidade Federal de Alfenas (Unifal) revelou um dado alarmante sobre a segurança dos brinquedos plásticos comercializados no Brasil. A pesquisa identificou altos níveis de metais pesados e substâncias químicas tóxicas em produtos destinados ao público infantil, tanto nacionais quanto importados.
Foram analisadas 70 amostras de brinquedos, e o levantamento — considerado o mais abrangente já feito no país sobre contaminação química em produtos infantis — foi publicado na revista científica Exposure and Health.
Os resultados mostram que grande parte dos brinquedos avaliados não segue as normas de segurança estabelecidas pelo Inmetro e pela União Europeia, colocando em risco a saúde das crianças.
O caso mais grave envolve o bário, encontrado em 44% das amostras, com concentrações até 15 vezes acima do limite permitido. O elemento, quando ingerido ou absorvido pelo organismo, pode causar problemas respiratórios, cardiovasculares e musculares.
Outro dado preocupante é a presença de chumbo, identificado em 32% dos brinquedos analisados. A exposição ao chumbo é altamente perigosa, especialmente para crianças, podendo provocar danos neurológicos, perda de QI e atrasos no desenvolvimento cognitivo.
Os pesquisadores também chamam atenção para a presença de crômio e antimônio, metais associados a problemas gastrointestinais, irritações na pele e até risco de câncer em casos de exposição prolongada.
O estudo reforça a necessidade de fiscalização mais rigorosa e maior responsabilidade por parte das indústrias e importadores, além de alertar pais e responsáveis para que verifiquem se os brinquedos possuem o selo de conformidade do Inmetro, que garante o cumprimento de padrões mínimos de segurança.
Segundo os autores da pesquisa, a contaminação por metais tóxicos em brinquedos é um problema de saúde pública silencioso, e a falta de regulamentação específica para algumas substâncias ainda deixa brechas para a comercialização de produtos potencialmente perigosos.