Dr. Gustavo fala sobre prevenção e cuidados com o coração no programa Divina Prosa

29 de setembro 2025

O programa Divina Prosa recebeu nesta semana o cardiologista Dr. Gustavo, especialista em hemodinâmica e terapia intensiva, que compartilhou sua trajetória profissional e trouxe importantes alertas sobre a saúde do coração.

Natural de Ribeirão Pires, Dr. Gustavo contou que desde a infância já alimentava o desejo de seguir a medicina, inspirado pela família de médicos. Durante a graduação em Bragança Paulista, pensava em seguir a ginecologia, mas acabou se encantando pela cardiologia no quinto ano do curso. “A cardiologia é a coisa mágica do coração. Eu trilhei esse caminho e me tornei o primeiro cardiologista da minha família”, destacou.

O médico explicou que a área é ampla e envolve várias especialidades, como a cardiologia clínica, a cirurgia cardíaca, o tratamento de arritmias e a cardiologia intervencionista. Nesta última, conhecida também como hemodinâmica, são realizados procedimentos como cateterismo, angioplastia e desobstrução de válvulas. Além da cardiologia e da hemodinâmica, Dr. Gustavo também se especializou em terapia intensiva, dedicada ao cuidado de pacientes graves em UTI.

Um dos pontos que mais chamou atenção na entrevista foi o aumento das doenças coronárias em pessoas cada vez mais jovens. Dr. Gustavo relatou casos de pacientes com apenas 25 anos que precisaram de cateterismo e angioplastia, algo raro no passado. Ele relaciona o fenômeno ao consumo de alimentos ultraprocessados, sedentarismo e obesidade. “São fatores que impactam diretamente na saúde e aumentam os riscos não só para o coração, mas também para diferentes tipos de câncer”, alertou.

O cardiologista destacou que muitas pessoas acreditam praticar exercícios suficientes, mas permanecem no sedentarismo. Segundo ele, menos de 150 minutos semanais de atividade ainda são considerados insuficientes. O ideal para a saúde do coração seriam 300 minutos semanais, distribuídos em cinco dias. “É importante também que pessoas acima de 40 anos façam avaliação médica antes de iniciar exercícios intensos”, ressaltou.

Dr. Gustavo explicou as novas diretrizes de aferição da pressão arterial, lembrando que os valores considerados normais agora devem estar abaixo de 12 por 8. Ele também orientou sobre o uso correto dos aparelhos eletrônicos para aferição doméstica e destacou a importância de check-ups anuais, incluindo teste ergométrico e exames de sangue.

Durante a entrevista, reforçou que 85% das doenças cardíacas e até do câncer estão relacionados ao estilo de vida — e não a fatores genéticos, como muitos acreditam. Ele defendeu hábitos mais saudáveis, redução do consumo de ultraprocessados, prática regular de exercícios e controle do peso abdominal como medidas fundamentais de prevenção.

Dr. Gustavo foi enfático ao falar sobre os riscos do tabagismo, inclusive nos cigarros eletrônicos e narguilés. “Parar de fumar pode representar uma melhora semelhante à introdução de um medicamento para hipertensão. Em até 90 dias, o paciente já sente os benefícios”, explicou. Ele também lembrou que adolescentes têm iniciado o uso de cigarros eletrônicos cada vez mais cedo, apesar da proibição no Brasil desde 2008.

Durante a entrevista, o médico respondeu a perguntas de ouvintes sobre doenças isquêmicas, apneia do sono e efeitos de longo prazo do cigarro. Ele destacou, por exemplo, que o ronco e a apneia aumentam em até 30% o risco de infarto ou AVC, e que a investigação médica é fundamental nesses casos.

Outro aspecto abordado foi o impacto das emoções na saúde cardíaca. Estudos já comprovaram, segundo ele, que pacientes que recebem apoio emocional, espiritual ou praticam meditação apresentam melhores desfechos em tratamentos graves. “A espiritualidade, seja em qualquer crença, influencia positivamente na recuperação e na prevenção de doenças”, disse.

Ao final, Dr. Gustavo reforçou a necessidade de mudanças no estilo de vida diante dos desafios da sociedade moderna, como o excesso de telas e a rotina sedentária. “A medicina evolui, a expectativa de vida aumenta, mas é fundamental chegarmos à longevidade com mais saúde e qualidade de vida”, concluiu.