
17 de setembro 2025
A Terra recebeu uma boa notícia em 2024: a camada de ozônio, responsável por proteger o planeta da radiação ultravioleta, apresentou sinais importantes de recuperação. A informação foi divulgada nesta terça-feira (16) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), no Dia Mundial do Ozônio e também no marco dos 40 anos da Convenção de Viena, que reconheceu a redução do ozônio como um problema global.
Segundo o relatório, o buraco sobre a Antártida foi menor que nos últimos anos, resultado atribuído à união entre ciência e cooperação internacional. As previsões apontam que a camada poderá se recuperar totalmente até 2066 na Antártida, até 2045 no Ártico e até 2040 no restante do planeta.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que o caso da camada de ozônio é um exemplo de como a ciência pode orientar avanços significativos quando há colaboração entre países. Já a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, lembrou que o Protocolo de Montreal, criado em 1989, foi decisivo para eliminar mais de 99% das substâncias nocivas ao ozônio, como as utilizadas em refrigeradores, espumas e sprays.
A recuperação da camada tem impacto direto na saúde humana e no meio ambiente, já que reduz os riscos de câncer de pele, catarata e também os danos a ecossistemas causados pela radiação ultravioleta. Em 2024, a profundidade do buraco de ozônio sobre a Antártida ficou abaixo da média registrada entre 1990 e 2020, reforçando os sinais positivos.
Apesar disso, especialistas alertam que o trabalho não está concluído. O mundo deve continuar monitorando de forma rigorosa o ozônio estratosférico e os gases que podem destruí-lo. Um avanço importante nesse sentido foi dado em 2016 com a Emenda de Kigali, que prevê a redução gradual do uso de hidrofluorcarbonetos — gases de efeito estufa usados como substitutos dos antigos poluentes — e que pode evitar até meio grau de aquecimento global até o fim do século.
O caso da camada de ozônio mostra que a união entre ciência, políticas públicas e cooperação internacional é capaz de reverter problemas ambientais considerados graves e abre caminho para novos acordos globais em defesa do planeta.