Brasileira Juliana Marins morre após queda durante trilha na Indonésia

24 de junho 2025

Jovem de 26 anos caiu em desfiladeiro durante trilha no Monte Rinjani. Corpo foi localizado a 650 metros de profundidade. Operação de retirada foi suspensa por mau tempo.

A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, morreu após sofrer uma queda durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. A morte foi confirmada pela família nas redes sociais, pelo Itamaraty e pelas autoridades locais, após quatro dias de tentativas de resgate.

“Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu”, disse a família da jovem em publicação.

Segundo a Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Barsanas), os socorristas chegaram ao local da queda às 18h31 (horário local, 7h31 em Brasília) e constataram a morte de Juliana. A retirada do corpo foi iniciada, mas precisou ser interrompida às 19h devido ao mau tempo. As equipes montaram acampamento no local e devem retomar a operação às 6h desta terça-feira (19h em Brasília), utilizando o método vertical de resgate com cordas.

Acidente e demora no socorro
Juliana caiu na noite da última sexta-feira (20) enquanto fazia uma trilha no Monte Rinjani, localizado na ilha de Lombok. Ela tropeçou, escorregou e rolou por cerca de 300 metros, parando ferida em uma área de difícil acesso.

Três horas após o acidente, um grupo de turistas espanhóis encontrou Juliana ainda com vida e tentou localizar familiares dela pelas redes sociais. A irmã da jovem, Mariana, que vive em Niterói (RJ), relatou que a família passou a acompanhar tudo por vídeos e fotos enviados por esses turistas.

As equipes de resgate enfrentaram uma série de dificuldades para chegar até Juliana. Segundo o governo local, a comunicação do acidente às autoridades levou cerca de oito horas por conta da complexidade da trilha. A neblina intensa e a instabilidade do terreno impediram o uso de helicópteros e dificultaram o acesso terrestre.

“Era um absurdo se ela morresse por falta de socorro”, chegou a declarar a irmã de Juliana em entrevista.

Críticas à agência de turismo
Juliana estava na Indonésia desde o final de fevereiro, fazendo um mochilão com o apoio de uma agência de turismo. A família acusa a empresa de ter mentido ao dizer que o resgate havia chegado quando, na verdade, Juliana ainda aguardava socorro.

Mobilização e repercussão
O caso mobilizou redes sociais e comoveu brasileiros. Um perfil criado para divulgar informações sobre o resgate de Juliana ultrapassou 1,5 milhão de seguidores em apenas quatro dias.

O governo brasileiro lamentou a morte da jovem e informou que a situação foi agravada pelas “condições meteorológicas de solo e visibilidade adversas”. O pai de Juliana, Manoel Marins, está a caminho da Indonésia. Ele partiu de Lisboa na manhã desta segunda-feira (24), após enfrentar dificuldades no deslocamento por causa de bombardeios no Oriente Médio.

Trecho interditado
Após o acidente, o trecho da trilha onde Juliana caiu foi fechado. Segundo a administração do parque, a área havia permanecido aberta nos três primeiros dias, mesmo após o acidente, recebendo turistas.

O single resgate da brasileira foi considerado de altíssima complexidade. Ela foi localizada, já sem vida, 400 metros abaixo do ponto inicial da queda, à beira de um desfiladeiro de acesso extremamente difícil, identificado com o uso de drone térmico.

Despedida
“Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, publicou a família em nota de agradecimento.

A operação de retirada do corpo de Juliana Marins deve ser retomada assim que as condições climáticas permitirem.