
8 de julho 2025
Substâncias proibidas em alisantes capilares podem causar intoxicação, problemas respiratórios e danos irreversíveis aos cabelos
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu nesta segunda-feira, 7 de julho, um informe de segurança para alertar a população sobre os perigos do uso de alisantes capilares que contenham substâncias proibidas, como o formol e o ácido glioxílico. Segundo a Agência, esses produtos, muito comuns em escovas progressivas, representam um sério risco à saúde, principalmente quando aquecidos durante o processo de alisamento.
O uso dessas substâncias em procedimentos estéticos pode provocar reações adversas que vão desde irritações leves na pele e ardência nos olhos até sintomas mais graves, como dificuldades respiratórias, intoxicação, queda intensa de cabelo e até danos irreversíveis à estrutura capilar e ao couro cabeludo. A exposição prolongada a vapores tóxicos liberados pelo formol, por exemplo, é especialmente perigosa em ambientes fechados ou mal ventilados, o que torna os salões de beleza pontos críticos de risco quando não seguem a regulamentação sanitária.
A Anvisa esclarece que o uso de formol em cosméticos é permitido apenas em concentrações muito restritas: até 0,2% como conservante e até 5% em esmaltes endurecedores. Qualquer aplicação como agente alisante é expressamente proibida no Brasil. O ácido glioxílico, comumente usado como alternativa disfarçada por alguns fabricantes e profissionais, também é vetado para alisamento capilar. A agência destaca ainda que a adição de formol a produtos cosméticos é considerada uma infração sanitária grave e pode configurar crime hediondo, conforme o artigo 273 do Código Penal.
O informe também reforça a importância de o consumidor estar atento à procedência dos produtos utilizados. Cosméticos sem rótulo, com promessas milagrosas ou que não possuam registro junto à Anvisa devem ser evitados. Profissionais de beleza, por sua vez, devem se recusar a aplicar substâncias proibidas, mesmo que haja insistência por parte do cliente, e devem sempre trabalhar em ambientes ventilados, com uso adequado de equipamentos de proteção individual.
Com essa medida, a Anvisa busca ampliar a conscientização sobre os perigos de práticas que colocam em risco a saúde de clientes e profissionais, reforçando a necessidade do uso de produtos regularizados e da fiscalização contínua de salões e distribuidoras de cosméticos. A população também pode contribuir denunciando irregularidades por meio dos canais oficiais da agência.