Alimentação e ansiedade: nutricionista explica como a relação com a comida pode afetar a saúde emocional

Convidada do programa Divina Prosa,  a nutricionista Mariana Martins falou sobre os impactos da alimentação no controle da ansiedade e deu dicas práticas para lidar com o problema no dia a dia

Na edição do Divina Prosa da última quarta-feira (11), a apresentadora Silvinha Brasil recebeu a nutricionista Mariana Martins para uma conversa profunda e esclarecedora sobre ansiedade e alimentação. Em um bate-papo descontraído, a profissional compartilhou sua trajetória, explicou como os alimentos afetam diretamente o equilíbrio emocional e ofereceu orientações acessíveis para melhorar a qualidade de vida por meio da nutrição.

Escolha da profissão veio da vivência familiar

A escolha pela nutrição surgiu cedo na vida da entrevistada. Mariana relembrou que, ainda criança, passou a se interessar pelo tema após um diagnóstico de diabetes tipo 1 em sua irmã. A partir daí, a alimentação ganhou importância dentro de casa — e a futura profissional percebeu o quanto as escolhas alimentares influenciam na saúde e no bem-estar.

Quando a comida vira refúgio emocional

Durante a conversa, a nutricionista alertou que a ansiedade, cada vez mais comum no estilo de vida atual, frequentemente leva as pessoas a buscarem alívio na comida. “Muita gente come para acalmar emoções e não por fome real. É comum a alimentação se tornar uma válvula de escape”, explicou.

Ela destacou que há diferença entre fome física e fome emocional — algo que muitos ainda não sabem identificar. A primeira é uma necessidade do corpo, enquanto a segunda aparece repentinamente, geralmente com desejo por um alimento específico, como doces ou massas.

Rotina moderna favorece os excessos alimentares

Com o ritmo acelerado do cotidiano, somado ao excesso de estímulos das redes sociais e à constante cobrança por produtividade, o corpo e a mente entram em desequilíbrio. Mariana lembrou que, nesse cenário, os alimentos calóricos — principalmente os ricos em açúcar, gordura e ultraprocessados — tornam-se uma espécie de conforto rápido, embora passageiro.

“Essas escolhas, por mais prazerosas no momento, podem desencadear um ciclo negativo que agrava ainda mais a ansiedade”, pontuou.

Organização e consciência como aliadas da saúde mental

Para não cair na armadilha da fome emocional, a profissional orienta criar uma rotina alimentar estruturada, com horários definidos e planejamento das refeições. Ela ressaltou que o fácil acesso a fast food e delivery favorece decisões impulsivas, especialmente em momentos de estresse ou tristeza.

“Ter opções saudáveis à mão e manter uma alimentação balanceada ajuda a evitar o descontrole e favorece o equilíbrio emocional”, disse Mariana, reforçando que comer bem não precisa ser caro nem complicado.

O que evitar e o que incluir na alimentação

Segundo a nutricionista, o consumo excessivo de cafeína, açúcar refinado, álcool e ultraprocessados pode agravar os sintomas de ansiedade. Por outro lado, uma dieta rica em magnésio, triptofano, vitaminas do complexo B e ômega 3 contribui para a produção de serotonina — o chamado “hormônio do bem-estar”.

Entre os alimentos recomendados estão banana, abacate, castanhas, ovos, aveia, folhas verdes escuras, sementes como chia e linhaça, além de chás calmantes, como camomila e capim-limão.

Cuidado com receitas caseiras e fitoterápicos

Ainda durante a entrevista, Mariana fez um alerta importante sobre o uso de chás e produtos naturais sem orientação. “Nem tudo que é natural é isento de riscos. Gestantes, pessoas com doenças crônicas ou que tomam medicamentos devem sempre consultar um profissional antes de utilizar fitoterápicos”, alertou.

Nutricionista ou nutrólogo? Entenda a diferença

Uma dúvida comum entre os pacientes também foi esclarecida durante o programa: a diferença entre nutricionista e nutrólogo. Mariana explicou que o nutricionista é o profissional habilitado para montar planos alimentares e trabalhar com a reeducação alimentar, enquanto o nutrólogo, por ser médico, atua mais com suplementações e medicamentos.

Alimentação com leveza e propósito

Para encerrar, a profissional reforçou a importância de tratar a alimentação com leveza, sem radicalismos. “Olho para o paciente como um todo. A alimentação precisa fazer sentido na rotina e contribuir para o bem-estar, sem terrorismo nutricional”, concluiu.

Mariana Martins atende presencialmente em Extrema (MG) e Bragança Paulista (SP), além de oferecer consultas online. Seu trabalho pode ser acompanhado pelo Instagram @marianamartinsnutri__ ou pelo WhatsApp (35) 9 9890-7809.