5 de novembro 2025
Em duas décadas, o Sul de Minas Gerais passou por uma grande transformação econômica. A região, antes marcada pela predominância agrícola, hoje abriga importantes polos industriais e logísticos, atraindo grandes empresas de e-commerce e do setor de transformação. O movimento de diversificação redesenhou o mapa do desenvolvimento mineiro, com algumas cidades ganhando protagonismo e outras perdendo espaço.
Um levantamento do Grupo de Estudos Econômicos do Sul de Minas Gerais (Geesul), encomendado pelo Diário do Comércio, mostra que Poços de Caldas perdeu relevância no cenário regional. Antes líder no Produto Interno Bruto (PIB) e no Valor Adicional Fiscal (VAF), a cidade ocupa agora o terceiro e o quarto lugares, respectivamente. Segundo o estudo, o município manteve uma economia dependente do turismo e das commodities agrícolas e minerais, o que limitou seu crescimento.
Em contrapartida, Extrema desponta como uma das cidades que mais cresceram no Sul de Minas. A localização estratégica às margens da Rodovia Fernão Dias, aliada a incentivos fiscais, atraiu empresas em busca de custos menores e eficiência logística. O município tornou-se um dos principais hubs do e-commerce nacional e ampliou a presença da indústria de transformação. Com isso, Extrema passou do nono para o primeiro lugar em PIB regional e do quinto para o primeiro em VAF, além de subir da 16ª para a quarta posição em geração de empregos.
Outra cidade que manteve bom desempenho foi Pouso Alegre, que consolidou sua vocação industrial. Com investimentos em infraestrutura e a instalação de grandes empresas, como Cimed e XCMG, o município se manteve na segunda posição em PIB e VAF e assumiu a liderança na geração de empregos.
De acordo com Guilherme Vivaldi, mestre em gestão e desenvolvimento regional e fundador do Geesul, o Sul de Minas passou por uma notável transformação, mas sem perder sua identidade.
Vivaldi ressalta, porém, que os próximos anos podem trazer novos desafios com a implementação da reforma tributária, que tende a reduzir a guerra fiscal entre os estados e impactar o poder de atração de empresas. Por outro lado, ele aponta o potencial dos investimentos em terras-raras como possível motor de crescimento, especialmente para municípios como Poços de Caldas.
Fonte: Diário do Comércio