Padre é denunciado por importunação sexual em Toledo

22 de outubro 2025

Religioso também é acusado de enviar mensagens de teor sexual e consultar cartomante para trabalhos espirituais contra fiéis

Denúncias graves contra o padre Flávio Sobreiro da Costa, que atua na cidade de Toledo, foram apresentadas por dezenas de lideranças da própria Igreja Católica. O religioso é acusado de importunação sexual, envio de mensagens com conteúdo sexual a homens — alguns deles após momentos de confissão e direção espiritual — e de consultar uma cartomante para realizar trabalhos espirituais contra duas pessoas, prática condenada pelo Catecismo da Igreja.

Segundo as informações publicadas pelo PousoAlegre•net, coordenadores e agentes de pastoral afirmam que o padre costumava agir de forma intimidadora quando era questionado. No final de agosto, eles elaboraram um abaixo-assinado com mais de 20 assinaturas, entregue pessoalmente ao arcebispo Dom Magela, acompanhado de provas das acusações.

Na semana passada, uma das vítimas decidiu registrar boletim de ocorrência. O pintor Enéas relatou que o padre teria colocado a mão em suas partes íntimas enquanto ele prestava serviços na igreja. Inicialmente, o relato não foi levado a sério pela comunidade, mas, com o passar do tempo, outros casos semelhantes vieram à tona.

De acordo com o portal, prints e áudios mostram o sacerdote confirmando ter procurado uma cartomante para “trabalho com entidade espiritual” contra duas pessoas. Pouco tempo depois das denúncias, o padre teria bloqueado o PousoAlegre•net no Instagram e anunciado aos fiéis que tiraria férias.

A Arquidiocese de Pouso Alegre confirmou à reportagem que instaurou um procedimento canônico para apurar as acusações. O cônego Wilson deve ir a Toledo neste domingo (26) para tratar do caso com a comunidade. A instituição, no entanto, ainda não emitiu nota oficial.

O padre Flávio foi procurado pela equipe do PousoAlegre•net, mas não respondeu aos questionamentos.

O caso ganha repercussão na mesma semana em que uma comissão do Vaticano apontou que a Igreja Católica ainda mantém uma “cultura de silêncio” diante de abusos cometidos por membros do clero, destacando a falta de responsabilização, reincidência e retaliações contra as vítimas.

A Polícia Civil informou que está realizando diligências preliminares e que irá abrir inquérito para apurar a denúncia de importunação sexual.

As informações são do portal PousoAlegre•net.