14 de outubro 2025
Trabalhadores reivindicam reajuste de 13%, melhorias em benefícios e condições de trabalho; empresa ainda não se manifestou
Na manhã desta segunda-feira (13), os funcionários da Fagor Ederlan, em Extrema (MG), cruzaram os braços e iniciaram uma greve geral após o impasse nas negociações salariais, que vinham sendo discutidas desde o início de outubro. O movimento é liderado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Extrema, Itapeva e Camanducaia (STIMEIC), que representa a categoria.
Segundo informações do sindicato e de trabalhadores, a paralisação reflete a insatisfação com a proposta apresentada pela empresa, considerada insuficiente diante da alta do custo de vida e da defasagem salarial acumulada.
A empresa apresentou uma proposta de reajuste de 6,60%, composta por 5,10% de correção inflacionária e 1,50% de ganho real. A categoria, no entanto, rejeitou a oferta em assembleias realizadas nas entradas dos turnos A, B e C, mantendo a reivindicação de 13% de reajuste.
“A princípio chegamos a reduzir a proposta para 10%, porém a empresa pediu mais tempo para analisar. Após dez dias de espera sem retorno, a categoria decidiu pela paralisação”, afirmou Alexandra Amaral, presidente do STIMEIC. Ela lembrou ainda que o Estado de Greve havia sido protocolado no dia 3 de outubro.
Além do reajuste salarial, os trabalhadores reivindicam:
Aumento do vale-alimentação para R$ 1.000, mantendo a cesta básica;
Reconhecimento de funções específicas conforme o plano de cargos;
Pagamento dobrado por trabalho em feriados e domingos (2×1);
Revisão da escala 6×1 e possível adoção da escala 4×2;
Melhoria na qualidade das refeições servidas pela empresa;
Adicional de insalubridade para mecânicos;
Remuneração adequada durante substituições de colegas;
Estabilidade para membros da Comissão de Trabalhadores;
Manutenção do prêmio de assiduidade, mesmo em casos de pequenos atrasos ou apresentação de atestados médicos.
O movimento grevista ocorre após uma série de tentativas de negociação entre a empresa e o sindicato. No dia 2 de outubro, trabalhadores já haviam realizado uma paralisação em frente à fábrica, solicitando avanços nas discussões. O STIMEIC então assumiu a mediação e propôs a formação de uma comissão de representantes.
Uma nova reunião foi marcada para 3 de outubro, mas a empresa não apresentou proposta concreta, limitando-se a prestar esclarecimentos sobre o Plano de Cargos e Salários. Posteriormente, foi solicitado prazo até o dia 13 de outubro para uma nova oferta, que acabou sendo rejeitada pelos trabalhadores.
Até o fechamento desta matéria, a Fagor Ederlan ainda não havia se manifestado publicamente sobre a greve.