
11 de julho 2025
Consulta segue diretrizes do Governo de Minas e envolve profissionais, estudantes e famílias; proposta ainda depende de análise técnica e aprovação da Assembleia Legislativa
A Escola Estadual Alfredo Olivotti, em Extrema (MG), participou nesta semana de uma consulta pública oficial promovida pelo Governo de Minas Gerais para avaliar o interesse da comunidade escolar na adesão ao modelo de Escola Cívico-Militar. A iniciativa integra a nova etapa do programa estadual conduzido pela Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), em parceria com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, e visa ampliar um modelo já implementado com sucesso em nove escolas mineiras, atendendo mais de 6 mil estudantes.
Em entrevista à Rádio Portal FM, a diretora da escola, Sabrina, explicou que a votação local teve aprovação unânime entre servidores, colegiado escolar e comunidade. Apesar do resultado positivo, ela ressalta que nada está definido ainda: “É apenas uma escuta. O governo precisa reunir dados sobre quantas escolas manifestam interesse, para então apresentar à Assembleia Legislativa. A decisão final depende dessa tramitação”, afirmou.
Consulta pública segue até 18 de julho
A Alfredo Olivotti está entre as 728 escolas pré-selecionadas em todo o Estado, com base em critérios técnicos como a existência de batalhão da PM ou Bombeiros na cidade, número de habitantes superior a 30 mil e presença de mais de uma escola estadual. Até o dia 18 de julho, todas as instituições selecionadas deverão realizar uma assembleia extraordinária com a comunidade escolar. O resultado precisa ser registrado em ata e encaminhado à SEE/MG, por meio do Termo de Manifestação de Interesse disponível no site oficial do governo.
“O objetivo é fortalecer a educação pública com um modelo que já tem mostrado bons resultados, sempre com foco no diálogo, na cooperação e na valorização do papel social da escola”, destacou o secretário de Estado de Educação, Igor de Alvarenga.
Modelo não altera proposta pedagógica
De acordo com a SEE/MG, a adesão ao modelo não modifica o currículo ou a proposta pedagógica das instituições. A atuação de militares da reserva da PMMG e CBMMG se limita a mediação de conflitos, apoio à gestão escolar, atividades preventivas e promoção de valores como respeito, responsabilidade e disciplina.
As nove escolas mineiras que já operam no modelo Cívico-Militar apresentaram melhoria significativa nos indicadores educacionais. Na Escola Estadual Princesa Isabel, em Belo Horizonte, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) subiu de 5,1 para 6,2 entre 2019 e 2023. Já a taxa média de abandono escolar caiu de 4,92% para 2,96% no mesmo período. As taxas de aprovação superam 92% nos ensinos fundamental e 82,8% no ensino médio, de acordo com o Censo Escolar.
Extrema pode ter duas escolas interessadas
Além da Alfredo Olivotti, outra escola estadual em Extrema, a E.E Odete Valadares, também está entre as pré-selecionadas, mas ainda não realizou sua consulta. “Pode ser que nenhuma das duas se torne cívico-militar, como pode ser que ambas adotem o modelo. Tudo vai depender da votação local e da decisão da Assembleia”, explicou Sabrina.
Próximos passos
Encerrada a etapa de escutas, o Governo de Minas reunirá os dados e apresentará à Assembleia Legislativa para deliberação do projeto de expansão. Caso aprovado, a implementação será feita de forma gradual e estratégica, respeitando o contexto de cada região e a viabilidade técnica e orçamentária.
“Mesmo com aprovação da comunidade, a adesão não é automática. Só será implantada após análise detalhada do governo e autorização da Assembleia”, finalizou a diretora da escola.